Thamires Pratt da Silva (à direita da foto), 15 anos, da cidade de Itanhaém (SP), costuma se dar bem em Olimpíadas. Finalista da de Língua Portuguesa em 2010, na categoria Crônica, ela também coleciona medalhas da Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep). Em 2008 e 2009 ganhou a de bronze; em 2010 a de prata. Agora em 2011 vai para o nível 3 da Obmep, onde participam apenas estudantes do Ensino Médio. Por tantas conquistas, ela foi selecionada como bolsista de Iniciação Científica Junior do Cnpq, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o mais importante órgão do governo federal para o fomento a pesquisa. Ela recebe uma pequena ajuda de custo mensal e participa de um curso na área de Matemática que acontece um sábado por mês.
Thamires conversou com a Comunidade Virtual. Falou de sua rotina na escola, da experiência em participar das duas Olimpíadas e do que espera para o futuro.
Você é muito estudiosa? Seus colegas lhe chamam de "cdf"?
Não costumo estudar todos os dias, sempre revisar a matéria ou coisa do tipo. Geralmente estudo só para as provas mesmo e procuro prestar atenção nas explicações dos professores. Só quando não entendo alguma coisa que pesquiso em casa. Quanto a outra pergunta, quando eu era menor me chamavam de vez em quando, mas sempre na brincadeira, nada que me incomodasse. Mas os meus amigos mais próximos sabem que não sou "obcecada", então não costumam chamar não. O máximo que fazem é achar um pouco estranho quando eu fico feliz por resolver uma conta complicada, mas não passa disso.
Para você, estudar é uma coisa normal, agradável ou é aquele sofrimento? Ou são as duas coisas?
Acho agradável, sim. Gosto de saber das coisas, ter assunto pra conversar e debater. Claro que às vezes é cansativo, como na véspera da semana de provas, ou da apresentação de algum trabalho, mas nada que chegue a ser um sofrimento.
Que matérias você mais gosta? Costuma ir bem em todas? Onde se dá "mal'?
Gosto bastante de matemática, literatura e história, mas geralmente também vou bem nas outras. Não costumo ir muito bem na parte prática de artes e educação física, em parte por não gostar, em parte por não ter talento pra ambas, mas nunca tirei menos que 6 em nenhuma delas.
Como foi participar da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro?
Nossa, foi muito, muito bom participar. As oficinas, as viagens, a organização, tudo foi perfeito. Agora a melhor parte, com certeza, foram as amizades que eu fiz por lá. Até hoje mantenho contato com pessoas de vários estados. A mistura de sotaques e culturas é extremamente divertida. Foi uma experiência única, só vivenciando para saber como é. Participei uma única vez, em 2010, e cheguei até a etapa final.
O que você quer fazer no futuro?
Boa pergunta! Só sei que não será ligado a ciências biológicas, mas fico muito dividida entre a área de humanas e exatas. Ultimamente tenho pesquisado um pouco sobre Relações Internacionais e gostei de alguns aspectos, mas não é algo definitivo, tenho que pesquisar bastante ainda.
Você acha que histórias de alunos como você e outros são uma prova de que há qualidade na escola pública, apesar de todos os problemas?
Com certeza. Muitos criticam a "instituição" escola pública, como se todas fossem iguais. A qualidade do ensino depende muito mais do esforço dos profissionais, desde o ajudante geral até o diretor, da participação da comunidade e, claro, da dedicação dos alunos do que dos recursos financeiros. Está certo que algumas coisas, como laboratórios e salas bem equipadas ajudam no aprendizado, mas essa falta pode ser superada quando há empenho dos principais interessados, tanto que algumas escolas públicas possuem índice de qualidade maior do que de escolas particulares.
Qual a importância de seus professores - especialmente dos de Língua Portuguesa e Matemática nesse seu desempenho?
Eles exerceram e ainda exercem um papel fundamental nessas conquistas. Primeiro por que inscrevem os alunos. Depois, divulgam os projetos, auxiliam em todas as etapas, apóiam e motivam todos a darem seu melhor. Acho que sempre tive sorte em ter professores inteligentes e dedicados, que dão uma aula com qualidade.
Você acha que esse tipo de projeto (olimpíada de língua portuguesa, de matemática, de física e outras) ajudam não apenas os estudantes mas também os professores? Por quê?
Sim. Além de ser uma atividade diferente, que desperta interesse nos alunos, a maioria desses projetos oferece formação e/ou material aos professores, que passam a conhecer novos métodos de ensinar. Acho que quando o professor vê seus alunos se saindo bem nessas olimpíadas fica mais motivado a dar aula, sente que, apesar de não ser tão valorizado quanto deveria, seu trabalho vale a pena, mostrou resultado.
Leia também a crônica com a qual chegou à final da nossa Olimpíada.
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